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O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na tarde desta quarta-feira o julgamento da constitucionalidade da exigência do exame da OAB para o exercício da profissão dos formados em Direito. Por volta das 15h50, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, usava a tribuna para defender o exame. 

O recurso que está em julgamento afirma que a submissão dos bacharéis ao exame atenta contra os princípios da dignidade da pessoa humana, da igualdade, do livre exercício das profissões, bem como contra o direito à vida. Conforme o recurso, impedir que os bacharéis exerçam a profissão de advogado após a conclusão do curso universitário também representaria ofensa aos princípios da presunção de inocência, do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, conforme informações do STF.

O julgamento ocorre quatro dias antes da realização da prova objetiva do quinto Exame de Ordem Unificado, marcado para o domingo em todo o País. A segunda fase, que é a prova prático-profissional, está agendada para o dia 4 de dezembro. Confiante na manutenção do exame, a OAB já montou o calendário de todas as provas até 2013.

OAB: advocacia não é atividade comum
Em julho deste ano, o subprocurador-geral da República Rodrigo Janot enviou ao STF um parecer sobre o caso. Ele considerou inconstitucional o exame por violar o direito ao trabalho e à liberdade de profissão. Na ocasião, a OAB afirmou que “as razões que justificam a existência do Exame de Ordem estão contidas na própria Constituição” e que vários outros países também exigem a prova, como a Áustria, os Estados Unidos e a França. “A atividade da advocacia não é atividade comum, o advogado presta serviço público e exerce função social”.

Baixa aprovação gera polêmica
O elevado índice de reprovação no Exame de Ordem, adotado a partir de 1994 pela OAB, tem motivado contestações sobre a constitucionalidade do teste. Na última prova, o índice de aprovação atingiu apenas 15% dos candidatos e, de acordo com os dados da OAB, pelo menos 25 instituições de ensino com mais de 10 alunos inscritos não conseguiram aprovar nenhum candidato.

Um dos contrários ao exame é o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que critica o montante gasto pelos estudantes com as provas. Segundo ele, a OAB fatura cerca de R$ 75 milhões por ano com o exame. “Mas isso não é o pior, o maior problema é impedir as pessoas de exercer a profissão”, afirmou ao destacar que muitos bacharéis, ao não conseguirem a carteirinha de advogado, precisam trabalhar em outras atividades para se manter. “Isso é injusto. O Direito é a única carreira que precisa passar por um conselho de classe. Para ser engenheiro e médico, profissões que lidam com a vida das pessoas, não é preciso”.

Fonte:  Terra, em 26 de outubro de 2011, às 15h26